CONCEITO
Uma das tarefas mais importantes do administrador financeiro é planejar. O fluxo de caixa possibilita ao administrador financeiro uma visão ampla dos recursos disponíveis em sua unidade.
O Fluxo de Caixa (Orçamento de Caixa ou Planejamento Financeiro) é um dos principais instrumentos para auxiliar o controle financeiro do seu negócio e controle do capital circulante. Com essa ferramenta é possível acompanhar detalhadamente toda a movimentação de valores da sua empresa.
A função desta ferramenta é a de informar o empresário sobre a situação da movimentação diária dos recursos financeiros, disponibilizando as informações pertinentes aos pagamentos, recebimentos e ao saldo, realizados e a se realizarem, de forma diária e acumulada.
A composição do Fluxo de Caixa pode variar muito, porém as informações devem estar estruturadas diariamente e de forma acumulada, informando os pagamentos, recebimentos e o saldo, ao longo do tempo.
Sabendo a origem dos recebimentos e como o dinheiro está sendo gasto, torna-se fator de importância na tomada de decisões. Na prática, as informações contidas no fluxo de caixa podem ser utilizadas para verificar quais fontes de receita estão se destacando mais e direcionar ações de marketing e vendas. É possível identificar gastos desnecessários ou que podem ser diminuídos.
O conhecimento das movimentações do passado permite fazer projeções e realizar o planejamento financeiro para o futuro. As receitas para estabelecer metas de crescimento e as despesas informando a existência de dinheiro suficiente para quitar todos os compromissos ao longo do mês.
OBJETIVOS DO FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa deve ser otimizado visando dimensionar com segurança o capital de giro. Os objetivos mais importantes do fluxo de caixa são:
I)Facilitar a análise e o cálculo na seleção das linhas de crédito a serem obtidas junto às instituições financeiras;
II)Programar os ingressos e os desembolsos de caixa, de forma criteriosa, permitindo determinar o período em que deverá ocorrer carências de recursos e o montante, havendo tempo suficiente para as medidas necessárias;
III)Permitir o planejamento dos desembolsos de acordo com as disponibilidades de caixa, evitando-se o acúmulo de compromissos vultosos em época de pouco encaixa;
IV)Determinar quanto de recursos próprios à empresa dispõe em dado período, e aplica-los de forma mais rentável possível, bem como analisar os recursos de terceiros que satisfaçam as necessidades da empresa;
V)Proporcionar o intercâmbio dos diversos departamentos da empresa com a área financeira;
VI)Desenvolver o uso eficiente e racional do disponível;
VII)Financiar as necessidades sazonais e cíclicas da empresa;
VIII)Providenciar recursos para atender aos projetos de implantação, expansão, modernização ou re-localização industrial e comercial;
IX)Fixar o nível de caixa, em termos de capital de giro;
X)Auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para que se possa julgar a conveniência em aplicar nesses itens ou não;
XI)Verificar a possiblidade de aplicar possíveis excedentes de caixa;
XII)Estudar um programa saudável de empréstimos ou financiamentos;
XIII)Projetar um plano efetivo de resgate de débitos;
XIV)Analisar a conveniência de serem comprometidos os recursos pela empresa; e,
XV)Participar e integrar todas as atividades da empresa, facilitando assim os controles financeiros.
FLUXO DE CAIXA NEGATIVO
O resultado acumulado do fluxo de caixa, quando negativo, pode significar o óbvio: a empresa está gastando mais que a sua receita permite.
As causas podem ser:
1)Descasamento entre prazos médios de contas a receber e contas a pagar;
2)Políticas impróprias de crédito e cobrança;
3)O valor das parcelas das compras realizadas em datas sazonais, como por exemplo, Natal e Dia das Mães, são mais altos que o saldo de caixa;
4)As compras para a composição de estoque estão muito elevadas, em relação ao giro de estoque efetivo da empresa, ou seja, descompasso entre compras, produção e vendas;
5)As retiradas de pró-labore estão além das possibilidades da empresa;
6)Capital de giro insuficiente, gerando frequente captação de recursos financeiros de terceiros, tais como, descontos de cheques pré-datados, duplicatas, e ainda, adiantamento dos cartões de crédito;
7)Investimentos inadequados à atividade fim da empresa.
FLUXO DE CAIXA EFICAZ
O Fluxo de Caixa eficaz deve abranger não apenas as movimentações financeiras, mas também com o Orçamento disponível, incluindo investimentos ou empréstimos recebidos e o Plano de Negócios,
O primeiro passo é a realização de um inventário financeiro, que compreende o levantamento dos custos fixos e variáveis, receitas em caixa e a receber, além dos investimentos e expansões previstas.
Manter os dados constantemente atualizados com dados reais deve ser frequente. Não basta um software. As pessoas devem estar alinhadas com as operações do dia a dia.
Para a empresa manter-se saudável ou crescer de forma sustentada, deve comprometer-se em:
a)Buscar a coordenação integral do fluxo de caixa, com a finalidade de atingimento dos resultados programados;
b)Procurar melhores oportunidades para a aplicação de recursos em atividades operacionais;
c)Verificação das ações que foram tomadas pelas áreas da empresa, analisando os seus reflexos nos resultados financeiros econômicos;
d)Manutenção no nível de liquidez de acordo com os objetivos buscados pela Diretoria;
e)Manutenção no foco econômico-financeiro de decisões operacionais ou estratégicas;
f)Consideração do fluxo de caixa como ferramenta imprescindível de gestão, com o objetivo de buscar comprometimento da alta direção no processo;
g)Fixação de parâmetros de desempenho financeiro para a empresa como um todo;
h)Fazer com que sejam cumpridos os interesses globais da empresa em detrimento de necessidades setoriais.
A administração de caixa de forma eficaz deverá se basear em cinco princípios básicos:
1.Diminuição do ciclo compras/produção/estoques, com vistas a aumentar o giro do estoque;
2.Protelar ao máximo os pagamentos de compras/despesas, sem que prejudiquem o conceito de crédito da empresa;
3.Criação de maneiras eficazes com a finalidade de melhorias no sistema de crédito, cadastro e cobrança a um custo razoável;
4.Administração rigorosa do nível, perfil e custo do endividamento;
5.Administração efetiva dos custos/despesas fixas e desperdícios na empresa
Por fim, deve-se definir uma periocidade para análise dos relatórios. Sem essa conduta, o trabalho será inútil. Elas podem ser semanais, quinzenais ou mensais. O gestor é quem define a análise, na busca de uma tomada de decisão mais inteligente.